Para mostrar os 102 anos da herança da Casa Gucci e expor todos os clássicos que definiram uma era, a marca de luxo - agora propriedade da Kering - instalou uma exposição imersiva no West Bund de Xangai, uma antiga fábrica de aviação com vista para o rio Huangpu.
A abertura decorrerá na sexta-feira e a exposição itinerante denominada Gucci Cosmos está numa fase de reformulação com uma abordagem mais atemporal que pretende restaurar seu apelo ao luxo.
O novo director criativo da casa, Sabato De Sarno sucedeu a Alessandro Michele, que deixou a empresa - de forma repentina - em novembro passado.
“Quando abrimos o arquivo Gucci em Florença em julho de 2021 para comemorar o nosso centenário, decidimos imediatamente que a China seria o primeiro destino global a dar vida a esta exposição histórica sobre a casa e a sua herança”, disse Marco Bizzarri, presidente e director executivo oficial da Gucci.
Bizzarri esclarece ainda que a essência da história da marca está nos designers e artesãos que estão por trás do trabalho, portanto, a "Gucci Cosmos é realmente uma homenagem a todos eles”.
Para lançar um novo olhar sobre as suas peças mais icónicas, a Gucci recrutou a teórica e crítica de moda italiana Maria Luisa Frisa como curadora do projecto. Es Devlin, a artista e cenógrafa britânica, foi o responsável por criar uma série de conjuntos imaginativos, esculturas gigantescas e obras de arte multimédia para a exposição.
Frisa aventurou-se durante cerca de seis meses no arquivo e procurou as peças mais notáveis do espólio Gucci, reunindo a história da fundação da casa, a sua conexão ao mundo equestre, as suas bolsas mais referentes e os looks mais marcantes das eras de Tom Ford, Frida Giannini e Alessandro Michele .
A exposição está organizada em oito temas, ou “mundos”, que oferecem uma visão abrangente da história e da criatividade da marca. “A força desta exposição é que esta é uma experiência imersiva. Assim os visitantes que entram neste mundo podem sentir a força do diálogo entre os objectos, o diálogo entre o objecto e a mostra”, esclareceu Frisa numa entrevista exclusiva ao WWD.
“Parte do desafio do programa era fazer com que o público entendesse a importância de cada objecto, item, peça de roupa ou acessório. Muitas vezes não damos valor a itens como a bolsa de bambu, mas na década de 1940, quando foi inventada, havia muita pesquisa sobre como dobrar o bambu e transforma-lo numa alça”, explicou Frisa. “Era uma novidade para a época; ainda é uma parte importante da habilidade e experiência da Gucci.”
Oito dioramas multimédia, homenageiam ícones culturais que estão associados à Casa de moda, como Jacqueline Kennedy Onassis, Diana, Princesa de Gales, a princesaGrace de Mónaco,Jared Leto, Gwyneth Paltrow e os embaixadores globais da marca, incluindo Chris Lee, Ni Ni, Lu Han e Xiao Zhan.
Um dos núcleos expositivos é o “Archivio”, um espaço circular labiríntico cheio de armários em azul-bebé, gavetas e tetos espelhados que ecoam o design de interiores do Arquivo Gucci em Florença. As gavetas podem ser abertas pelos visitantes de forma a revelar páginas de cadernos de esboços de vários artesãos e réplicas de campanhas publicitárias vintage.
“A moda é o único sistema que pode se renovar olhando para o passado, e a Gucci é o exemplo perfeito dessa capacidade”, concluiu Frisa.
[imagens © 21 STUDIO/WWD]