Arte ao Detalhe | A Virgem de Melun de Jean Fouquet
É umas das representações da Virgem mais extraordinárias da História da Arte. Esta Virgem de Melun ou Virgem com o Menino e Anjos de Jean Fouquet é uma das duas partes (a direita) que constituem o Díptico de Melun pintado por volta de 1452. É uma obra do século XV e no entanto, ainda hoje, em 2017 é de uma modernidade única.
Foi encomendada ao pintor por Étienne Chevalier, cavaleiro da corte do Rei Carlos VII de França. O Díptico foi disposto na capela funerária de Agnès Sorel e hoje, a parte direita, faz parte do espólio do Museu de Belas Artes de Antuérpia.
A Virgem, entronizada, é retratada como a Rainha do Céu e tem Jesus bebé ao colo. Os anjos - são nove e estão dispostos de modo a que cada rosto esteja representado numa posição diferente, os azuis são Querubins e os vermelhos são Serafins - e estão colocados atrás do trono ricamente decorado com ágatas, pérolas e pedras preciosas, contrastam fortemente com a palidez de Maria e do seu filho.
Acredita-se que a imagem da Virgem foi pintada tendo como modelo a amante de Carlos VII, Agnès Sorel. Está vestida de acordo com a moda da época, sendo que a capa e a testa - sem cabelo - enfatizam a sua postura de eminência. A cintura foi atada para acentuar a mama descoberta e dá à composição uma qualidade estética quase erótica, se bem que é bastante seguro afirmar que esta intenção não foi certamente, o intuito do pintor. É a representação da Virgo Lactans (Virgem Lactante) que tem como objectivo destacar o status humano de Jesus ao mostrar que, tal como todos as outras crianças, Cristo foi amamentado pela sua mãe.